domingo, 30 de outubro de 2011

A cultura do automóvel, o gasto do dinheiro público e a qualidade de vida das pessoas







Amigos do site Psicologia Racional,



O bem estar das pessoas está diretamente relacionado com as escolhas que a sociedade faz. Quando estas escolhas são racionais, é mais fácil construir uma vida equilibrada e justa.


Como é a vida de uma pessoa que fica três horas por dia se deslocando para o trabalho? Ela tem tempo para praticar esporte? E o convívio familiar, fica prejudicado?


Existem soluções para que nossas cidades sejam melhor organizadas e planejadas. Afinal, a melhor forma de caridade é aquela que gera eficiência. Eficiência no transporte, na educação, etc.


O texto abaixo fala sobre as escolhas que nossa sociedade está fazendo para o transporte. Onde é investido o dinheiro público, quem é privilegiado com este investimento e as consequências destas escolhas.




Texto do blog coletivo Outras Palavras:


"O governo segue a cartilha da indústria automobilística e seus sindicatos: a cada R$ 12 gastos em incentivos ao transporte particular, o governo investe R$ 1 em transporte público, conforme mostrou o estudo sobre mobilidade urbana do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. O instituto atribui a piora no trânsito a esta relação de investimentos.


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Por sua vez, a população nutre o velho sonho de consumo americano: quem pode continua comprando carros. Há, aqui, um aparente paradoxo: as pessoas usam carros porque não há um transporte público de qualidade ou não há um transporte público de qualidade porque se fomenta prioritariamente o uso dos carros?


O modelo que difundiu, priorizou e transformou o automóvel em objeto de desejo remonta ao início do século XX, nos Estados Unidos, ainda hoje imitado pelo Brasil. Seu efeito principal foi o sucateamento do transporte público coletivo: fim dos bondes, pouco investimento em trens e metrô, nenhum investimento em ciclovias.




Quanto aos ônibus – meio de transporte mais utilizado pelos brasileiros, a entrega das concessões de exploração comercial deste serviço público a máfias empresariais (a maioria sem licitação) prestam um desserviço à população...

No Brasil, o uso do transporte individual ocupa mais de 80% das vias, mas serve apenas 27% das pessoas. Isto significa que 73% dos deslocamentos (a soma de transporte público coletivo, deslocamentos a pé e por bicicleta) tem que disputar 20% do espaço que resta nas vias. Assim, aqueles que não podem ou não querem usar carros nos seus deslocamentos enfrentam os efeitos do congestionamento causado pelos privilégios dados ao automóvel; porém, quem usa automóvel também não desfruta da facilidade de deslocamento desejável.


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Na cultura do automóvel, se investe mais em ampliação de vias, construção de pontes e asfaltamento do que nas calçadas, expansão do metrô, quantidade e qualidade dos ônibus e ciclovias. Ocorre que o espaço físico na cidade é limitado: não há tempo, recursos ou viabilidade para investir no viário no mesmo ritmo em que aumenta a frota de veículos. Ainda que houvesse, o volume de automóveis (em crescimento a 10% ao ano) não poderia caber em ruas e avenidas, por mais numerosas e largas que fossem. O modelo é insustentável.




Neste sentido, o problema do trânsito parece não ter solução. Porém, há incontáveis exemplos de práticas e medidas já adotadas por cidades ao redor do planeta, que se não podem ser imitadas, servem de inspiração para outra cultura de mobilidade. Pensar o trânsito é pensar todos os modos de deslocamento de maneira integrada, ou seja, uma rede de calçadas, corredores de ônibus, linhas de metrô, ciclovias, VLTs e, – por que não? – automóveis.

Cidades na França, Espanha, Dinamarca, Alemanha, Indonésia, Colômbia e Inglaterra, além da Holanda e mesmo no Brasil, elaboraram planos de mobilidade para implementar soluções que transformaram a relação da população com o espaço urbano. Algumas experiências de sucesso consistiram em restringir e reduzir o acesso de veículos particulares em determinadas áreas centrais, ao mesmo tempo que se abriu espaço nestas vias para os demais meios de transporte.








Temperatura de uma rua com árvores e de uma rua sem árvores




Recomendo a leitura deste texto:




Quando as escolhas são racionais, é mais fácil construir uma vida equilibrada e justa.






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Fonte: Greenpeace Bélgica






Trens na Dinamarca possuem vagões especiais para transportar bikes.

Prioridade total para o transporte público e ecológico.























2 comentários:

  1. Olá Regis!
    Este tema muito me interessa. Gostei muito do seu artigo!
    Para eu entender melhor: estes dados que vc colocou, qual a fonte?

    "No Brasil, o uso do transporte individual ocupa mais de 80% das vias, mas serve apenas 27% das pessoas. Isto significa que 73% dos deslocamentos (a soma de transporte público coletivo, deslocamentos a pé e por bicicleta) tem que disputar 20% do espaço que resta nas vias."

    Obrigada!

    Francine

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  2. Francine,

    no texto existe a fonte ( http://rede.outraspalavras.net/pontodecultura/2011/10/27/a-cidade-sem-catracas-parte-i-cultura-do-automovel/ )

    O estudo do IPEA é muito bom. Vale a pena ser lido.

    A revista Ciência Hoje fez uma série sobre o tema: http://cienciahoje.uol.com.br/especiais/a-cultura-do-automovel-em-debate/a-cultura-do-automovel-em-debate

    Aqui você lê uma ótima entrevista sobre o tema: http://blog.movimentominas.com.br/blog/transportes-sustentaveis

    Espero ter te ajudado.

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