quarta-feira, 16 de maio de 2012

A força do dinheiro inibindo pesquisas científicas com produtos e técnicas naturais




A falta de dinheiro atrapalha as descobertas de cura por métodos naturais




Amigos do site Psicologia Racional,

O texto abaixo, retirado do livro Anticâncer, explica a dificuldade em dar continuidade em pesquisas com medicina natural.

Quem financia estas pesquisas? Quem se aventura em pesquisar curas naturais sofre com falta de verbas. Além disso, os relatos de boicotes são inúmeros.

As pesquisas baseadas em curas naturais praticamente não recebem nenhum dinheiro público no Brasil.

E o pior, o dinheiro da indústria farmacêutica tem sido usado como complementação de salário de muitos pesquisadores de órgãos públicos. Quem vai querer “brigar” com quem lhe abre as portas para ganhar mais dinheiro? Sabemos que os idealistas são poucos.

Esta força política e ideológica que o dinheiro proporciona a um grupo econômico prejudica a população como um todo.

Coloquei o texto abaixo como ilustração da dificuldade que é gerar conhecimento científico quando se está produzindo cura que contraria os rumos ideológicos e econômicos vigentes.


Mas, existem os que lutam!


“As frutas vermelhas: amora, framboesa, morango, mirtilo (blueberry)...

A outra pista mais ativamente explorada pela indústria farmacêutica na luta contra o câncer diz respeito aos remédios capazes de bloquear a angiogênese (explicação abaixo).

Richard Béliveau também trabalha desde a metade dos anos 1990 com os medicamentos contra a angiogênese que a indústria lhe pede para testar no seu laboratório. Seu trabalho consiste em fazer crescer in vitro células de vasos sanguíneos submetidas aos aceleradores de crescimento fabricados pelos tumores cancerosos. Aplicam-se em seguida, com a ajuda de uma micropipeta, fraquíssimas doses do medicamento a ser testado para medir sua capacidade de impedir a formação de novos vasos apesar da estimulação. É preciso esperar vários dias para observar efeitos com frequência sutis de se detectar.



Béliveau se lembra das manhãs em que chegava ao seu laboratório impaciente para saber se esta ou aquela nova molécula tinha passado no teste. Quando constatava a eficácia do medicamento, sentia a adrenalina subindo, no seu corpo. Imediatamente apanhava o telefone, chamava seu contato na companhia farmacêutica e trombeteava: "Conseguimos um!” Logo em seguida passava os resultados por fax ao seu superexcitado interlocutor e às vezes recebia no mesmo dia uma subvenção que podia chegar a centenas de milhares de dólares, suficientes para lançar um programa de pesquisa de grande envergadura. Contudo, havia sempre uma sombra maior no quadro: 95% daquelas moléculas sintéticas promissoras terminavam nas masmorras da medicina ao serem avaliadas nos animais e depois nos humanos. Mesmo que possem eficazes in vitro contra as células cancerosas, elas geralmente eram tóxicas demais para que pudessem ser prescritas. Mas, hoje, no laboratório de medicina molecular do hospital infantil Sainte-Justine, o clima já é inteiramente outro.

Recentemente, em vez de uma nova molécula química, Béliveau teve a ideia de avaliar o potencial antiangiogênico de um extrato de framboesa. O ácido elágico é um polifenol abundante na framboesa e no morango (é encontrado também nas nozes e nas avelãs). Em doses comparáveis às do consumo normal de framboesas ou morangos, esse ácido já tinha provado sua capacidade de desacelerar consideravelmente o crescimento de tumores cancerosos em camundongos submetidos a cancerígenos agressivos. 

A framboesa ajuda a retardar o crescimento do câncer. Cura pela alimentação


Testado com o mesmo rigor aplicado a um remédio, o ácido elágico da framboesa revelou-se potencialmente tão eficaz quanto os remédios conhecidos para desacelerar o crescimento dos vasos. Com efeito, ele é ativo contra os dois mecanismos de estimulação dos vasos mais comuns (fator de crescimento endotelial vascular, ou VEGF, e fator de crescimento derivado de plaquetas, ou PDGF). Richard Béliveau sabia da importância dessa descoberta. Se se 1 tratasse de uma molécula farmacêutica, seu aparelho de fax teria crepitado o dia inteiro, e as subvenções afluiriam de todas as partes. Além do mais, nesse caso, o risco de se descobrir em um segundo momento que a molécula mágica é era tóxica demais estava excluído, dado que os hominídeos vêm consumindo framboesas desde a aurora dos tempos. Mas a quem telefonar? Não há patente possível para as framboesas. Não havia, portanto, ninguém do outro lado da linha com quem partilhar a excitação, nenhum fax, nem subvenções.


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As frutinhas como o morango e a framboesa (ou as nozes, avelãs e nozes--pecã) são mais promissoras ainda. Contrariamente aos remédios antiangiogênicos clássicos, a ação delas não se limita apenas a esse mecanismo. O ácido elagico é também um desintoxicador para as células. Ele bloqueia a transformação de diversos cancerígenos do meio ambiente em substâncias tóxicas e estimula os mecanismos de eliminação das toxinas.” As toxinas às quais nos referimos aqui são perigosas porque interagem com o DNA e provocam mutações genéticas que oferecem riscos potenciais à vida. Portanto, o ácido elágico é uma espécie de supermolécula de ações múltiplas e sem nenhum efeito colateral.


Outro alimento anticâncer natural é a cereja, que contém ácido glucárico, uma substância que tem a capacidade de desintoxicar o organismo dos xenoestrógenos presentes no meio ambiente.” Os mirtilos possuem antocianidinas e proantocianidinas, que são capazes de forçar as células cancerosas ao suicídio celular (apoptose).  Em laboratório, essas moléculas agem sobre várias linhagens cancerosas, particularmente a do cólon. Outras fontes extremamente ricas de proantocianidinas são o oxicoco, a canela e o chocolate (amargo).

Fonte: Livro Anticâncer, editora Fontonar, pag 145 e 146



PS1: o estudo científico das técnicas naturais é importante para determinar quais são mais eficientes e para o que são melhores. Também é importante para desenvolver metodologias de pesquisas adequadas à estas áreas.


PS2: Leia o interessante texto da revista da Fundação Osvaldo Cruz: Laboratórios Farmacêuticos e Pesquisa Clínica - laços de corrupção.  Neste texto encontrará casos como este: "...cita o caso de Joseph L. Biederman, professor de Psiquiatria da Harvard Medical School — seu colega —, também chefe da psicofarmacologia pediátrica do Harvard’s Massachusetts General Hospital. “Graças a ele, crianças de 2 anos são diagnosticadas com desordem bipolar e tratadas com coquetel de drogas poderosas, muitas não-aprovadas pela Food and Drug Administration [FDA, a agência reguladora americana] para esta finalidade e nenhuma delas aprovada para crianças abaixo de 10 anos”. ... Especialistas ouvidos pelo New York Times, porém, acharam os estudos de Beiderman precários e  inconclusivos, relata Marcia. O senador descobriu que Beiderman recebeu US$ 1,6 milhão por consultoria e palestras entre 2000 e 2007 de laboratórios".  





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