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Desde de que a energia elétrica se popularizou, as pessoas estão se acostumando a dormir cada vez mais tarde. Esta combinação de iluminação noturna somada ao adormecer mais tarde é o principal causador da epidemia de pessoas com problemas para dormir.
Abaixo reproduzo uma ótima entrevista da Agência Fapesp, depois comento.
Estudar os efeitos da privação de sono tem sido, desde 1995, o foco da pesquisa de Monica Andersen, professora do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ela concedeu à Agência FAPESP a entrevista a seguir. (aqui trechos da entrevista)
Agência FAPESP – Estamos dormindo menos do que as gerações anteriores?
Monica Andersen – Nossa sociedade é cronicamente privada de sono. Há uma denominação nos Estados Unidos que é sintomática, da “sociedade 24 por 7”, isto é, que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. Que não para jamais. E isso traduz muito bem o que vivemos atualmente. Nós queremos a sociedade 24 por 7, principalmente nas grandes cidades. Nós participamos dessa autoprivação de sono. Queremos fazer mais um curso, terminar mais um trabalho e tudo o mais que conseguirmos encaixar em nosso dia e quem paga por tudo isso é o sono. Por que simplesmente não vamos dormir e deixamos as tarefas para o dia seguinte? Isso é cada vez mais impensável.
Administrar o excesso passou a ser a principal necessidade da vida moderna. Tenha uma vida equilibrada e mais eficiente.
Agência FAPESP – Que problemas essa privação pode causar?
Monica Andersen – Um deles é o acúmulo de gordura em nosso corpo. A privação de sono aumenta o apetite por comidas calóricas, estimula o hormônio da fome (grelina) e reduz o hormônio da saciedade (leptina). Pouco sono também afeta o desempenho no trabalho ou estudo e provoca pequenos deslizes que afetam nosso rendimento. Há algumas profissões em que deslizes são particularmente perigosos, como aquelas ligadas à segurança ou à saúde pública.
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Agência FAPESP – Essa situação tem piorado?
Monica Andersen – Isso está piorando porque a nossa sociedade está piorando. Muitos jovens, por exemplo, costumam inverter o ciclo circadiano [período sobre o qual se baseia o ciclo biológico do corpo, influenciado pela luz solar]. Eles vão para uma balada da 1 às 6 horas da manhã de sexta para sábado. Na noite seguinte, há uma balada ainda maior, até às 7 ou 8 horas do domingo. Ao voltar para casa, tomam café e vão dormir, para acordar no meio da tarde. De noite, eles não conseguem dormir e, na segunda-feira, começam uma nova semana às seis da manhã, para ir à escola ou ao trabalho. Eles iniciam a semana já privados de sono.
Agência FAPESP – Que consequências essa rotina pode trazer?
Monica Andersen – Tenho muita preocupação com os jovens de hoje. É uma faixa etária que terá dificuldade de aprendizagem, porque o sono é fundamental ao aprendizado e à memória. Muitos acabam dormindo na escola ou nas universidades, em plena sala de aula. Esse é um problema muito importante.
Agência FAPESP – É um problema que atinge outras faixas etárias?
Monica Andersen – Infelizmente, sim. Acima dos 30 anos está a faixa que chega em casa pensando em relaxar mas que resolve ligar o computador “só para checar os e-mails”. Só que acaba se envolvendo em outras atividades on-line e ficando bastante tempo conectado. Muitos trabalham o dia inteiro em frente a um computador e passam as madrugadas em frente a outro, em casa, jogando ou batendo papo. Tem também a televisão, que antigamente tinha poucos canais e uma programação que terminava na madrugada. Hoje, são dezenas de canais, que funcionam sem parar.
Agência FAPESP – Essa situação tem piorado?
Monica Andersen – Isso está piorando porque a nossa sociedade está piorando. Muitos jovens, por exemplo, costumam inverter o ciclo circadiano [período sobre o qual se baseia o ciclo biológico do corpo, influenciado pela luz solar]. Eles vão para uma balada da 1 às 6 horas da manhã de sexta para sábado. Na noite seguinte, há uma balada ainda maior, até às 7 ou 8 horas do domingo. Ao voltar para casa, tomam café e vão dormir, para acordar no meio da tarde. De noite, eles não conseguem dormir e, na segunda-feira, começam uma nova semana às seis da manhã, para ir à escola ou ao trabalho. Eles iniciam a semana já privados de sono.
Agência FAPESP – Que consequências essa rotina pode trazer?
Monica Andersen – Tenho muita preocupação com os jovens de hoje. É uma faixa etária que terá dificuldade de aprendizagem, porque o sono é fundamental ao aprendizado e à memória. Muitos acabam dormindo na escola ou nas universidades, em plena sala de aula. Esse é um problema muito importante.
Agência FAPESP – É um problema que atinge outras faixas etárias?
Monica Andersen – Infelizmente, sim. Acima dos 30 anos está a faixa que chega em casa pensando em relaxar mas que resolve ligar o computador “só para checar os e-mails”. Só que acaba se envolvendo em outras atividades on-line e ficando bastante tempo conectado. Muitos trabalham o dia inteiro em frente a um computador e passam as madrugadas em frente a outro, em casa, jogando ou batendo papo. Tem também a televisão, que antigamente tinha poucos canais e uma programação que terminava na madrugada. Hoje, são dezenas de canais, que funcionam sem parar.
LEIA TAMBÉM: Sexualidade livre e a força da cultura sobre o corpo
Agência FAPESP – A quantidade de sono também afeta a reprodução e o desempenho sexual?
Monica Andersen – Essa é a minha principal linha de pesquisa. O que observamos até agora em ratos é que uma privação de sono pontual provoca uma excitação sexual nos machos. Isso ocorre na privação de sono REM [sigla em inglês para “movimentos oculares rápidos”], quando ocorrem os sonhos. No entanto, apesar de apresentarem desejo, pois os ratos chegam a montar a fêmea, eles não conseguem fazer a penetração. Em outras palavras, eles têm desejo, mas não têm a função erétil adequada.
O questionário respondido durante o Episono revelou que 17% dos homens da cidade de São Paulo se queixaram de disfunção erétil. Na faixa etária entre 20 e 29 anos, 7% dos homens disseram ter o problema. Acima de 60 anos, a reclamação de disfunção erétil subiu para 60%. O levantamento mostrou que quem tinha menos sono REM tinha maior probabilidade de ter queixas de disfunção erétil. E os homens que acordavam muito durante a noite eram os que mais reclamavam do problema.
Agência FAPESP – E quanto aos que dormiam bem?
Monica Andersen – Normalmente, os homens com bom padrão de sono não apresentaram queixa. Uma das conclusões é que quem dorme mal tem risco três vezes maior de apresentar disfunção erétil. Uma das causas é que a privação de sono reduz a testosterona, o hormônio sexual masculino. Praticar atividades físicas regularmente também se mostrou um fator protetor contra a disfunção erétil. Ou seja, para ter uma vida sexual normal é fundamental ter boas noites de sono e praticar atividade física.
Agência FAPESP – A falta de sono pode acelerar o envelhecimento?
Monica Andersen – Esse foi o resultado de uma pesquisa feita por Eve Van Cauter, da Universidade de Chicago, uma das maiores especialistas em sono no mundo. Ela mostrou que a privação de sono em uma idade jovem simula um quadro de envelhecimento precoce. Seria como se essas pessoas de repente tivessem 60 anos. Há indícios de que a falta de sono pode provocar estresse oxidativo, alterações cardiovasculares, maior risco ao diabetes e outros problemas que veríamos em uma pessoa mais velha.
Agência FAPESP – A quantidade de sono também afeta a reprodução e o desempenho sexual?
Monica Andersen – Essa é a minha principal linha de pesquisa. O que observamos até agora em ratos é que uma privação de sono pontual provoca uma excitação sexual nos machos. Isso ocorre na privação de sono REM [sigla em inglês para “movimentos oculares rápidos”], quando ocorrem os sonhos. No entanto, apesar de apresentarem desejo, pois os ratos chegam a montar a fêmea, eles não conseguem fazer a penetração. Em outras palavras, eles têm desejo, mas não têm a função erétil adequada.
O questionário respondido durante o Episono revelou que 17% dos homens da cidade de São Paulo se queixaram de disfunção erétil. Na faixa etária entre 20 e 29 anos, 7% dos homens disseram ter o problema. Acima de 60 anos, a reclamação de disfunção erétil subiu para 60%. O levantamento mostrou que quem tinha menos sono REM tinha maior probabilidade de ter queixas de disfunção erétil. E os homens que acordavam muito durante a noite eram os que mais reclamavam do problema.
Sono é o elixir restaurador e transformador do cérebro. Vários benefícios do sono para seu corpo e seu aprendizado.
Agência FAPESP – E quanto aos que dormiam bem?
Monica Andersen – Normalmente, os homens com bom padrão de sono não apresentaram queixa. Uma das conclusões é que quem dorme mal tem risco três vezes maior de apresentar disfunção erétil. Uma das causas é que a privação de sono reduz a testosterona, o hormônio sexual masculino. Praticar atividades físicas regularmente também se mostrou um fator protetor contra a disfunção erétil. Ou seja, para ter uma vida sexual normal é fundamental ter boas noites de sono e praticar atividade física.
Agência FAPESP – A falta de sono pode acelerar o envelhecimento?
Monica Andersen – Esse foi o resultado de uma pesquisa feita por Eve Van Cauter, da Universidade de Chicago, uma das maiores especialistas em sono no mundo. Ela mostrou que a privação de sono em uma idade jovem simula um quadro de envelhecimento precoce. Seria como se essas pessoas de repente tivessem 60 anos. Há indícios de que a falta de sono pode provocar estresse oxidativo, alterações cardiovasculares, maior risco ao diabetes e outros problemas que veríamos em uma pessoa mais velha.
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Agência FAPESP – Qual é o papel do sono no sistema imunológico?
Monica Andersen – ... Um trabalho de 2003 na Alemanha acompanhou jovens que tomaram a vacina contra a hepatite e não dormiram na noite seguinte. Eles simplesmente não apresentaram anticorpos para a doença. Em uma segunda fase do mesmo estudo, outros jovens foram privados de sono antes de receber a vacina e eles também não formaram anticorpos". [Fim da entrevista]
Comentário de Regis Mesquita:
Todo ser humano possui um biorritmo pessoal. Todas as pessoas sofrem quando vivem em desacordo com seu biorritmo pessoal; existem aquelas que sofrem muito por não respeitarem seu biorritmo. Caso o ritmo afetado seja o sono e o adormecer, a probabilidade de acontecerem problemas aumenta muito.
O processo do adormecer começa horas ANTES do sono. Existe uma série de mudanças fisiológicas no corpo que ocorrem aos poucos. Elas preparam o corpo para cumprir todas as funções que acorrem quando estamos dormindo. Ou seja, o sono é um momento de intensa atividade. A memória, por exemplo, é "organizada" na mente quando a pessoa está dormindo.
Agência FAPESP – Qual é o papel do sono no sistema imunológico?
Monica Andersen – ... Um trabalho de 2003 na Alemanha acompanhou jovens que tomaram a vacina contra a hepatite e não dormiram na noite seguinte. Eles simplesmente não apresentaram anticorpos para a doença. Em uma segunda fase do mesmo estudo, outros jovens foram privados de sono antes de receber a vacina e eles também não formaram anticorpos". [Fim da entrevista]
Comentário de Regis Mesquita:
Todo ser humano possui um biorritmo pessoal. Todas as pessoas sofrem quando vivem em desacordo com seu biorritmo pessoal; existem aquelas que sofrem muito por não respeitarem seu biorritmo. Caso o ritmo afetado seja o sono e o adormecer, a probabilidade de acontecerem problemas aumenta muito.
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LEIA E ASSISTA OS VÍDEOS: Introdução ao uso da respiração para aquietar a mente, relaxar o corpo e diminuir o stress.
Portanto, uma das melhores formas de você diminuir sua qualidade de vida é se descuidando do dormir e do adormecer.
Em meu consultório tenho recebido pacientes que reclamam de ansiedade, irritabilidade, desatenção e outros sintomas, que tem no adormecer um componente importante do problema.
O que escrevo a seguir serve para uma grande parte das pessoas:
- O corpo humano evoluiu para ter uma vida na qual o dormir cedo e o acordar de madrugada é o ideal.
- O processo do adormecer acompanha o ciclo de luminosidade solar, na maioria das pessoas.
Portanto, uma das melhores formas de você diminuir sua qualidade de vida é se descuidando do dormir e do adormecer.
Em meu consultório tenho recebido pacientes que reclamam de ansiedade, irritabilidade, desatenção e outros sintomas, que tem no adormecer um componente importante do problema.
O que escrevo a seguir serve para uma grande parte das pessoas:
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LEIA: Sua mente pode deixar seu corpo doente. Seu psicológico provoca doenças ou te ajuda na cura.
O que fazer?
Entre oito e oito e meia da noite desligue tudo que sirva de estimulante, principalmente luminoso (tv, computador, etc). Diminua a luminosidade de sua casa. Tenha atividades lentas e ativas (ler, relaxar, alongar levemente, conversar, carinho, beijos... - o sexo está liberado, este é um ótimo indutor do sono).
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O que fazer?
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LEIA: Usando o Jejum como amplificador da vivência espiritual e da serenidade da mente
Durma cedo - na nossa cultura 9,30 ou 10 horas é um bom horário - não mais do que isto. Dependendo da sua idade e biorritmo, irá acordar entre 4 e 6 horas da manhã. Levante e comece suas atividades diárias.
Dependendo da sua idade e do seu biorritmo durma na hora do almoço ou logo depois.
Grande parte dos pacientes que adotaram esta estratégia de vida relataram o seguinte: "antes eu não tinha tempo para fazer as coisas. AGORA SOBRA TEMPO".
Lembre-se: o sono é um período de intensa atividade e é fundamental para a sua qualidade de vida.
Autor: Regis Mesquita
Contato e Terapia: regismesquita@hotmail.com
Durma cedo - na nossa cultura 9,30 ou 10 horas é um bom horário - não mais do que isto. Dependendo da sua idade e biorritmo, irá acordar entre 4 e 6 horas da manhã. Levante e comece suas atividades diárias.
Dependendo da sua idade e do seu biorritmo durma na hora do almoço ou logo depois.
Grande parte dos pacientes que adotaram esta estratégia de vida relataram o seguinte: "antes eu não tinha tempo para fazer as coisas. AGORA SOBRA TEMPO".
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Autor: Regis Mesquita
Contato e Terapia: regismesquita@hotmail.com
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