quinta-feira, 10 de abril de 2014

Menos sono, menos sexo, menos qualidade de vida. Dicas para melhorar seu sono.



adormecer e dormir para preservar a saúde. Dormir bem faz você ter mais desejo sexual.



Amigos do site Psicologia Racional,


Desde de que a energia elétrica se popularizou, as pessoas estão se acostumando a dormir cada vez mais tarde. Esta combinação de iluminação noturna somada ao adormecer mais tarde é o principal causador da epidemia de pessoas com problemas para dormir.

Abaixo reproduzo uma ótima entrevista da Agência Fapesp, depois comento.



Distúrbios do sono podem causar disfunção erétil, obesidade, diabetes, estresse e maior suscetibilidade para contrair doenças. 


Estudar os efeitos da privação de sono tem sido, desde 1995, o foco da pesquisa de Monica Andersen, professora do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).  Ela concedeu à Agência FAPESP a entrevista a seguir. (aqui trechos da entrevista)



Agência FAPESP – Estamos dormindo menos do que as gerações anteriores?

Monica Andersen – Nossa sociedade é cronicamente privada de sono. Há uma denominação nos Estados Unidos que é sintomática, da “sociedade 24 por 7”, isto é, que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. Que não para jamais. E isso traduz muito bem o que vivemos atualmente. Nós queremos a sociedade 24 por 7, principalmente nas grandes cidades. Nós participamos dessa autoprivação de sono. Queremos fazer mais um curso, terminar mais um trabalho e tudo o mais que conseguirmos encaixar em nosso dia e quem paga por tudo isso é o sono. Por que simplesmente não vamos dormir e deixamos as tarefas para o dia seguinte? Isso é cada vez mais impensável.







Agência FAPESP – Que problemas essa privação pode causar? 

Monica AndersenUm deles é o acúmulo de gordura em nosso corpo. A privação de sono aumenta o apetite por comidas calóricas, estimula o hormônio da fome (grelina) e reduz o hormônio da saciedade (leptina). Pouco sono também afeta o desempenho no trabalho ou estudo e provoca pequenos deslizes que afetam nosso rendimento. Há algumas profissões em que deslizes são particularmente perigosos, como aquelas ligadas à segurança ou à saúde pública.

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Agência FAPESP – Essa situação tem piorado?

Monica Andersen – Isso está piorando porque a nossa sociedade está piorando. Muitos jovens, por exemplo, costumam inverter o ciclo circadiano [período sobre o qual se baseia o ciclo biológico do corpo, influenciado pela luz solar]. Eles vão para uma balada da 1 às 6 horas da manhã de sexta para sábado. Na noite seguinte, há uma balada ainda maior, até às 7 ou 8 horas do domingo. Ao voltar para casa, tomam café e vão dormir, para acordar no meio da tarde. De noite, eles não conseguem dormir e, na segunda-feira, começam uma nova semana às seis da manhã, para ir à escola ou ao trabalho. Eles iniciam a semana já privados de sono.


Agência FAPESP – Que consequências essa rotina pode trazer?

Monica Andersen – Tenho muita preocupação com os jovens de hoje. É uma faixa etária que terá dificuldade de aprendizagem, porque o sono é fundamental ao aprendizado e à memória. Muitos acabam dormindo na escola ou nas universidades, em plena sala de aula. Esse é um problema muito importante.


Agência FAPESP – É um problema que atinge outras faixas etárias?

Monica Andersen – Infelizmente, sim. Acima dos 30 anos está a faixa que chega em casa pensando em relaxar mas que resolve ligar o computador “só para checar os e-mails”. Só que acaba se envolvendo em outras atividades on-line e ficando bastante tempo conectado. Muitos trabalham o dia inteiro em frente a um computador e passam as madrugadas em frente a outro, em casa, jogando ou batendo papo. Tem também a televisão, que antigamente tinha poucos canais e uma programação que terminava na madrugada. Hoje, são dezenas de canais, que funcionam sem parar.


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Agência FAPESP – A quantidade de sono também afeta a reprodução e o desempenho sexual?

Monica Andersen – Essa é a minha principal linha de pesquisa. O que observamos até agora em ratos é que uma privação de sono pontual provoca uma excitação sexual nos machos. Isso ocorre na privação de sono REM [sigla em inglês para “movimentos oculares rápidos”], quando ocorrem os sonhos. No entanto, apesar de apresentarem desejo, pois os ratos chegam a montar a fêmea, eles não conseguem fazer a penetração. Em outras palavras, eles têm desejo, mas não têm a função erétil adequada.

 O questionário respondido durante o Episono revelou que 17% dos homens da cidade de São Paulo se queixaram de disfunção erétil. Na faixa etária entre 20 e 29 anos, 7% dos homens disseram ter o problema. Acima de 60 anos, a reclamação de disfunção erétil subiu para 60%. O levantamento mostrou que quem tinha menos sono REM tinha maior probabilidade de ter queixas de disfunção erétil. E os homens que acordavam muito durante a noite eram os que mais reclamavam do problema.








Agência FAPESP – E quanto aos que dormiam bem?

Monica Andersen – Normalmente, os homens com bom padrão de sono não apresentaram queixa. Uma das conclusões é que quem dorme mal tem risco três vezes maior de apresentar disfunção erétil. Uma das causas é que a privação de sono reduz a testosterona, o hormônio sexual masculino. Praticar atividades físicas regularmente também se mostrou um fator protetor contra a disfunção erétil. Ou seja, para ter uma vida sexual normal é fundamental ter boas noites de sono e praticar atividade física.


Agência FAPESP – A falta de sono pode acelerar o envelhecimento?

Monica Andersen – Esse foi o resultado de uma pesquisa feita por Eve Van Cauter, da Universidade de Chicago, uma das maiores especialistas em sono no mundo. Ela mostrou que a privação de sono em uma idade jovem simula um quadro de envelhecimento precoce. Seria como se essas pessoas de repente tivessem 60 anos. Há indícios de que a falta de sono pode provocar estresse oxidativo, alterações cardiovasculares, maior risco ao diabetes e outros problemas que veríamos em uma pessoa mais velha.

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Agência FAPESP – Qual é o papel do sono no sistema imunológico?

Monica Andersen – ... Um trabalho de 2003 na Alemanha acompanhou jovens que tomaram a vacina contra a hepatite e não dormiram na noite seguinte. Eles simplesmente não apresentaram anticorpos para a doença. Em uma segunda fase do mesmo estudo, outros jovens foram privados de sono antes de receber a vacina e eles também não formaram anticorpos".  [Fim da entrevista]






Comentário de Regis Mesquita:

Todo ser humano possui um biorritmo pessoal. Todas as pessoas sofrem quando vivem em desacordo com seu biorritmo pessoal; existem aquelas que sofrem muito por não respeitarem seu biorritmo. Caso o ritmo afetado seja o sono e o adormecer, a probabilidade de acontecerem problemas aumenta muito.

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O processo do adormecer começa horas ANTES do sono. Existe uma série de mudanças fisiológicas no corpo que ocorrem aos poucos. Elas preparam o corpo para cumprir todas as funções que acorrem quando estamos dormindo. Ou seja, o sono é um momento de intensa atividade. A memória, por exemplo, é "organizada" na mente quando a pessoa está dormindo.

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Portanto, uma das melhores formas de você diminuir sua qualidade de vida é se descuidando do dormir e do adormecer.

Em meu consultório tenho recebido pacientes que reclamam de ansiedade, irritabilidade, desatenção e outros sintomas, que tem no adormecer um componente importante do problema.

O que escrevo a seguir serve para uma grande parte das pessoas: 


- O corpo humano evoluiu para ter uma vida na qual o dormir cedo e o acordar de madrugada é o ideal. 
- O processo do adormecer acompanha o ciclo de luminosidade solar, na maioria das pessoas.

LEIA: Sua mente pode deixar seu corpo doente. Seu psicológico provoca doenças ou te ajuda na cura. 

O que fazer?

Entre oito e oito e meia da noite desligue tudo que sirva de estimulante, principalmente luminoso (tv, computador, etc). Diminua a luminosidade de sua casa. Tenha atividades lentas e ativas (ler, relaxar, alongar levemente, conversar, carinho, beijos... - o sexo está liberado, este é um ótimo indutor do sono).

LEIA: Usando o Jejum como amplificador da vivência espiritual e da serenidade da mente 

Durma cedo - na nossa cultura 9,30 ou 10 horas é um bom horário - não mais do que isto. Dependendo da sua idade e biorritmo, irá acordar entre 4 e 6 horas da manhã. Levante e comece suas atividades diárias. 

Dependendo da sua idade e do seu biorritmo durma na hora do almoço ou logo depois.

Grande parte dos pacientes que adotaram esta estratégia de vida relataram o seguinte: "antes eu não tinha tempo para fazer as coisas. AGORA SOBRA TEMPO".

Lembre-se: o sono é um período de intensa atividade e é fundamental para a sua qualidade de vida.





Autor: Regis Mesquita
Contato e Terapia: regismesquita@hotmail.com


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